domingo, 29 de outubro de 2017

UMA VISÃO SOBRE A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE SAÚDE

  Por Mayara Brum Lupi Magalhães

Após a inserção da tecnologia no campo da saúde, o panorama instrumental passou a ser sinônimo de qualidade. Dessa forma, a assistência hospitalar passou a ser valorizada e privilegiada em oposição à atenção básica e ambulatorial por concentrar uma gama de técnicas e aparelhos e modernas.
No entanto, os altos custos gerados pelos procedimentos e ânsia de obtenção de mais lucros por parte das empresas, fizeram com que o balanço entre esses dois paradigmas fossem repensados. Assim, o cuidado integral do paciente promovido pela atenção primária (AP) passou a ser valorizado, por permitir o uso racional dos recursos e maior efetividade. Assim, após a consolidação do SUS (Sistema Único de Saúde), instituiu-se um modelo de assistência em rede, no qual essa passou a ser a porta de entrada para todos os outros componentes do serviço de saúde.
No entanto, apesar dessa mudança de paradigma, compreende-se que o serviço centrado na resolução de queixas e no profissional médico ainda não foi superado. Assim, pacientes demonstram-se insatisfeitos com o cuidado e abordagem prestada, principalmente pelos médicos, já que se questiona o tempo reduzido das consultas, a falta de atenção e a ausência ou a realização de exames físicos ineficientes durante a consulta.
Além disso, ainda é documentado um predomínio de prescrições de exames clínicos de alta complexidade, como tomografias e ressonância magnética, em relação a exames mais simples que juntamente com uma anamnese adequada poderiam trazer uma mesma resolutividade para o paciente e redução dos custos.
Dessa forma, podemos perceber, em parte, que a maioria dos médicos ainda não se preocupa ou não se conscientizou da importância de construir uma relação médico-paciente sólida, mas sim em apenas enquadrar o paciente em um diagnóstico; postura que dificulta o processo terapêutico, tendo em vista que compromete a adesão dos pacientes ao tratamento e o acompanhamento longitudinal.  Assim, um dos objetivos da atenção primária em fomentar a demanda programada, ao contrário da espontânea, não é atingido. Consequentemente, as políticas preventivas, que procuram evitar o desenvolvimento e a agudização das doenças crônicas e da instauração de doenças agudas, se tornam ineficientes.
Assim, para sustentar essa mudança no paradigma, é necessário que a atenção seja colaborativa, ou seja, resultado da troca de experiências entre profissionais e pacientes, de forma que esse não seja um agente passivo. Também se mostra imprescindível a promoção de campanhas de educação sanitária, de forma a permitir que os usuários detenham conhecimento necessário para exercer o autocuidado.
Por fim, é importante a instituição de uma atenção interdisciplinar ao invés de multidisplinar, tendo em vista que permite a otimização do serviço e um aumento da qualidade da assistência, já que esta é distribuída de acordo com as competências de cada profissional da equipe.





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