Por Paula Martins Ribeiro
O
Lean Healthcare é utilizado atualmente como uma ferramenta efetiva de gestão
hospitalar. Devido ao fato de os serviços hospitalares apresentarem altos
custos em equipamentos, infraestrutura e recursos humanos, surgiu-se a
necessidade de aplicar uma nova filosofia, a chamada filosofia Lean, para
reduzir os onerários desnecessários da prestação de serviços em saúde. Dessa
maneira, tal filosofia visa a produção enxuta dos serviços e, quando associada
a uma gestão de qualidade e a bons níveis de acreditação hospitalar, reduz
desperdícios relacionados à produção e ao Lead Time, que é o tempo necessário
para cada tipo de atuação em saúde.
Podemos
observar que a filosofia Lean foi implementada inicialmente no modelo de
produção de carros pela empresa Toyota, no passado, com a finalidade de atender
apenas as demandas do mercado, com a produção especial voltada às necessidades
do cliente, objetivando flexibilidade, e redução de custos. Este modelo foi
trazido para os serviços de saúde, os quais possuem a produção simultânea ao
consumo, permitindo uma produção enxuta no sentido de adquirir um alto nível de
satisfação dos clientes, uma alta produtividade, uma ótima confiança dos
clientes, com rápida solução de problemas e flexibilidade em relação aos
múltiplos perfis de pacientes e seus respectivos acometimentos em saúde.
Vemos
ainda que esta filosofia é funcional na medida em que determina o segmento de
alguns princípios. Entre eles, podemos destacar a determinação dos valores para
o cliente, ou seja, o quanto um paciente está disposto a pagar pelos serviços
oferecidos, de acordo com suas prioridades; a identificação dos fluxos de
valores do processo de trabalho, que dizem respeito a agregação ou não de
valores para o paciente; a implantação de fluxos contínuos de produção, que
visam a redução de pausas, estoques, filas de espera e outros fatores que
oneram o sistema; a produção puxada, que consiste na produção de apenas o que será
consumido pelo paciente; a melhoria contínua da produção dos serviços, com o
constante aperfeiçoamento dos profissionais e da gestão que os envolve; e a
gestão voltada para pacientes internos do hospital, adequando-se às
necessidades individuais de cada demanda.
Ainda
sobre os fluxos de valores do trabalho médico, podemos classificar as
atividades em Atividades que Agregam Valor, as quais trazem amplos benefícios
aos clientes; Atividades Necessárias que Não Agregam Valor, que são alguns
procedimentos técnicos que não trazem vantagens efetivas aos pacientes, mas que
são necessárias para o processo de trabalho, tais como os documentos
burocráticos e o preenchimento de prontuários e formulários; e as Atividade que
Não Agregam Valor, que são atividades dispendiosas, que deverão ser reduzidas e
se possível eliminadas do processo de trabalho em saúde, tais como atrasos na
entrega de laudos, filas de espera para cirurgias e exames, entre outros
problemas hospitalares.
Dessa
maneira, o Lean Healthcare visa a melhoria de todas as etapas em que se dá a
produção dos serviços de saúde, buscando a redução constante de desperdícios,
otimizando o tempo e eliminando processos dispendiosos que acabam por reduzir
os níveis de acreditação hospitalar. Além disso, essa filosofia é voltada para
uma gestão de custos mais proveitosa para a empresa, bem como para o
oferecimento de um serviço mais fluente e acordado às necessidades individuais
de cada paciente.
Vemos,
na prática, que muitos hospitais buscam se adequar à esta situação ideal de
produção de serviços em nível terciário. No entanto, muitas barreiras como a
superprodução, defeitos de produção e de fluxo dos serviços, inventários
desnecessários, processamentos inapropriados, transportes e movimentações
excessivos e filas de espera ainda consistem em problemas a serem reduzidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário